Paisagens – Aspecto Valorizador do Produto Turístico

A nova Administração Municipal de Cachoeira Dourada tem feito questão de afirmar e tomar atitudes concretas de que investirá no turismo, como forma de desenvolver econômica e socialmente a cidade. Estamos de acordo!

Realmente, nota-se, desde os primeiros dias do governo Joselir, muita movimentação e algumas obras, principalmente no setor nomeado como Praia do Sol. Mas, sobre o planejamento desse projeto da orla fluvial de Cachoeira Dourada, tida como “menina dos olhos” da nova administração, não temos quase nada de notícias, salvo melhores informações. Não sabemos se havia ou há dotação orçamentária específica; no site da Prefeitura diz que existe uma licença ambiental para as intervenções que estão em curso, mas não encontramos a divulgação de tal documento; e, o Plano Diretor parece ter se tornado assunto esquecido, quando deveria ser o instrumento jurídico anterior a tudo que estão dizendo que será feito. Estamos preocupados!

Soubemos da contratação de empresas especializadas em projetos de arquitetura e urbanismo, em parceria com a Agência Goiana de Desenvolvimento Regional, mas, a população interessada não está sendo consultada, ou melhor, aparentemente estão querendo restringir ao máximo.

Por tudo o exposto anteriormente, pela falta do Plano Diretor, falta de divulgação da suposta licença ambiental que possuem, vai ficando a impressão de um projeto da cabeça de alguns, voluntarioso, onde a cidadania somente saberá o que será, quando terminar.

A cidadania merece ter mais garantias de um projeto dessa magnitude e isso somente poderá ser satisfeito em um processo de audiências públicas para elaboração de Plano Diretor e para o Licenciamento Ambiental.

O projeto não pode ser o do Prefeito representando a administração pública, sem consultar a cidadania; nem tampouco pode ser o projeto da cidadania sem considerar a administração pública. O espaço de convergência democrática das idéias e sugestões para um projeto desse tamanho e importância são as audiências públicas, onde sejam dadas as maiores possibilidades efetivas de participação popular. Somente isso gera as garantias jurídicas (que são as que importam), que os cidadãos interessados podem se tranqüilizarem.

As poucas cabeças que criaram o projeto de reestruturação urbana e da orla, que a Administração Municipal apresentou à sociedade, não contemplaram a preservação de um bosque existente na Vila Operadora, ao lado da Praia do Sol.

Que direitos a comunidade teria para reivindicar a preservação desse bosque? Para livrar esse espaço do uso imobiliário, para reforçar a paisagem, manter e melhorar a qualidade do ar, já que é sabido o efeito refrescante que os bosques proporcionam! Para agregar valor ao produto turístico que a orla deverá representar, para ser atrativo ao turista, para fornecer um diferencial aos aspectos concorrentes, que definem a opção por uma ou outra cidade!

Que direitos a cidadania local tem para reivindicar isso? Isso ainda vamos ver em detalhes, mas, de antemão dizemos que direitos se criam por vontade política, por legislação que venha atender o interesse da maioria, que resista às tentativas do poder econômico, representado pela especulação imobiliária, pois, sem esse bosque será isso que restará ali.

A base jurídica atual para dizer que ali será um loteamento e zona edificada no futuro é um projeto de 1998, apresentado pela CELG e aprovado pela Prefeitura (remanejamento do loteamento setor sudoeste). Desse tempo para cá, afortunadamente, mudaram a percepção da sociedade sobre a questão do meio ambiente e a preferência por aspectos turísticos naturais. 

Não serão mansões e prédios de apartamentos na orla que irão trazer turistas, para usufruir disso e sim o ambiente agradável, belas paisagens e equipamentos públicos voltados ao lazer, coisas que merecem a “menina dos olhos”! A orla deve estar bem equipada, mas com paisagem desobstruída de imóveis. Não faltam áreas para a ampliação urbana, loteamento, construção de hotéis, mansões e prédios de apartamentos.

Ao povo em geral, a ONG alerta que a concretização de um loteamento e a edificação de imóveis particulares nesse local, ao lado da Praia do Sol, além de exterminar o bosque, o que por si só já é muito ruim, pelos prejuízos ambientais, reduz as possibilidades de usufruir desse setor da orla, já que os visitantes estariam espremidos entre o rio e habitações de particulares, sobrando pouco mais que uma rua e uma estreita faixa verde, como o projeto apresentado à sociedade. Isso prejudica a qualidade do entretenimento dos finais de semana do povo trabalhador e reduz a beleza da paisagem que atraem turistas.

A ONG chama a atenção da comunidade para expressar a vontade pela preservação desse aspecto ambiental, juntando-se a nosso objetivo por essa causa em defesa da natureza e dos benefícios que ela nos proporciona.

De modo algum isso quer dizer que a ONG seja adversária de um projeto de reestruturação urbana e da orla que faça o adequado aproveitamento da beleza natural de nossa cidade, promovendo o turismo. Muito pelo contrário, apoiamos decididamente as ações que de verdade conduzam a isso, mas, agregamos nossa visão distinta, que tem por finalidade melhorar ainda mais os resultados esperados, desapegados de qualquer interesse material.

Por isso participamos e iremos intensificar ainda mais nossa presença junto aos poderes e autoridades relacionadas com o assunto, informando a sociedade e estimulando sua participação e expressão.

Temos que preservar esse local para todos nós, inclusive!

Poderão visualizar todas as demais fotos em:
http://www.panoramio.com/user/5767788/tags/Bosque%20Praia%20do%20Sol