A
permanência do Senador Renan Calheiros na presidência do Senado Federal é
péssima para o atual momento da democracia brasileira. A recusa do Senado de
encarar esse grave problema, criado pela maioria esmagadora dos senadores que
elegeram Calheiros presidente, é um menosprezo à vontade do povo brasileiro. Milhares,
nesses últimos dias, pediram nas manifestações de rua a sua renúncia.
No início
do ano, uma petição coletou cerca de 350 mil assinaturas pedindo que ele não
fosse eleito pelos senadores. O Senado fez-se de surdo, tratando o povo como se
pertencesse a uma sociedade de gente dócil e banana, que não ia protestar. Os
últimos acontecimentos provaram que os senadores que participaram desse vexame
erraram nas suas estimativas. Duvidamos que hoje - devido ao medo da justa
indignação da população -, o elegeriam, mesmo com voto secreto e tudo. Após o
ato de insanidade do Senado, ainda houve um pedido de impeachment de Calheiros,
que contou com mais de um milhão e meio de assinaturas.
A bola
está com o Senado Federal. O Brasil precisa que aquele que ocupa um dos postos
mais elevados do país tenha autonomia, independência e o respeito da população.
Não foi a sociedade quem criou o problema. Ficamos apenas sabendo, através dos
meios de comunicação, que o procurador-geral da República encaminhou ao STF, na
véspera da eleição, uma denúncia acusando Calheiros de crime de peculato e uso
de notas frias. Isso após ele haver renunciado em 2007 à presidência do Senado
para não ser cassado. Só no antigo Brasil isso era possível!
Nós temos
o direito de exigir que ele deixe o cargo até o Supremo Tribunal Federal dar o
seu parecer sobre tão pesadas acusações. Não se trata de ódio mortal por um
homem, mas zelo pelo bem-estar de uma das instituições mais importantes da
República.
A
mensagem do povo nas ruas é clara. Todos querem a reforma da nossa democracia.
Nesse cenário de mudanças e sonhos pode-se dizer: Brasil Novo, Congresso Limpo.(Henrique Ziller)
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