Nossos meninos vereadores

Dia 15/08, uma segunda-feira, participei junto com outros tantos cachoeirenses em uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Cachoeira Dourada.
Testamos os níveis de tolerância à participação e o convívio democrático entre a Administração Pública e o povo, nessa cidade.

Apesar de indícios reveladores da má vontade com esta forma de expressão da cidadania, quando, dezenas de faixas colocadas pela ONG foram retiradas das ruas; quando a Rádio Comunitária não foi colocada para transmitir o evento, como é costume nas reuniões da Câmara; quando um trio elétrico já esperava para sair comemorando o resultado que a Administração Pública queria, ainda assim saímos da audiência com um certo gostinho de democracia, ainda que leve.

Colocamos nossas preocupações, fazendo da maneira mais formal possível, deixando lá ofícios solicitando providências e informações, demonstramos que a intranqüilidade representada por dispositivos dos projetos em apreço são merecedores de um encaminhamento diferente.

De lá saímos com a promessa de que, outras audiências públicas ocorreriam, para tratar do assunto, e, em alto e bom som o Presidente da Câmara garantia aos presentes que, a próxima ocorreria durante à noite, para possibilitar a participação das pessoas que trabalham durante o dia, que não podem ser liberados para a participação, o que não ocorre com os servidores públicos e alunos de escolas.

Ledo engano nosso haver acreditado, pois, os interesses ocultos por trás desses projetos são grandes e capazes de qualquer coisa para aprovar isso, a qualquer custo.

É o tipo de interesse que, mancomunado com a atual administração municipal, não admite que o povo participe, entenda, apresente alternativas, busque uma maneira de atender a vocação turística de Cachoeira Dourada em benefício de todos, de forma planejada, que respeite direitos, que proteja o meio ambiente, entre outros importantes aspectos. A encomenda é grande e não imaginamos o tamanho do preço!
Uma semana depois e as notícias que saem daquela casa, que deveria ser a “casa da democracia”, são as que, infelizmente temos que enfrentar. Ouvir o povo para que? Isso é coisa da ONG! Vão votar isso assim mesmo, com algumas coisinhas diferentes, para não dizer que não ouvem o povo, mas mantendo o fundamental!

Para pressionar, vão colocar o projeto de Plano de Cargos e Salários dos Professores, misturado na mesma convocação extraordinária, para manipular a votação, visando colocar os professores contra os vereadores de oposição e, de carona aprovar o projeto de PPP.

Hoje, com as notícias que de lá vem, nós podemos nos sentir como se fossemos pais de adolescentes mal criados, é assim, como estão merecendo ser acompanhados e tratados nossos vereadores (nem todos, é verdade), da mesma maneira que se faz, ou tenta-se fazer com as crianças.

A promessa de nossos meninos não será cumprida, brincar de audiência pública foi o que fizeram, e nunca mais, pois, dessa vez estivemos por perto e vimos que alguns se portaram muito mal!

Um dia lhes demos confiança, prometeram cuidar da nossa casa comum (a cidade), zelar, vigiar, fazer as regras para o melhor aproveitamento. Disseram que iam reunirem-se para as decisões, quando estivéssemos por perto, depois do trabalho, à noite.

Lhes dedicamos uma mesada par isso, para cumprirem bem essas obrigações, para ver se crescem, criem juízo e tomem responsabilidade, e, fundamentalmente, para que não aceitem ofertas de estranhos, o que é muito perigoso.

De tudo que prometeram, em nada mais se pode confiar, fazem justamente ao contrário. Nas poucas vezes que ainda conseguimos conversar com eles, só de olhar nos olhos sabemos que não dizem a verdade, escondem o que pensam fazer.
Continuarão desobedientes ao povo, travessos, não escutam conselhos, não aprendem, não estão merecendo nossa confiança.

Mas o pior disso, e muitos pais sabem como são meninos mal educados, quando ficam sozinhos, são capazes de fazer uma farra enquanto estamos longe, trabalhando.
E sempre estamos trabalhando, o dia todo, enquanto os meninos fazem todo tipo de estripulia, abrem a casa para estranhos, gastam das nossas economias com besteiras, não cuidam do nosso patrimônio!

O que será de nossos meninos na vida? O que vão fazer daquilo que tanto lutamos para construir? Eles parecem não dar valor a nada e abusam de nosso sacrifício!

Até quando vamos continuar tratando destes meninos? Até quando?

Aos que tiverem juízo e são merecedores de confiança, lhes pedimos não deixar os outros fazerem besteira, pois, um dia serão reconhecidos como os meninos que salvaram a casa de todos nós, impedindo que fosse entregue de mão beijada!
Nós não podemos estar juntos todo o tempo; temos que trabalhar para o nosso futuro! Ajudem-nos!