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terça-feira, 18 de junho de 2013

Manifestações saem das redes sociais e ganham as cidades do Brasil


Demorou um pouco mais do que na Europa, nos Estados Unidos e no mundo árabe, mas finalmente “caiu a ficha” dos brasileiros de que ir às ruas e se manifestar é um dos pontos mais básicos da cidadania atuante. Nestes últimos dias, perto de 300 mil pessoas fizeram protestos emblemáticos em pelo menos 8 das mais importantes capitais brasileiras, gerando um sem-número de matérias nos noticiários aqui e no exterior.

Cabe aqui uma observação aos que estão dizendo que essa movimentação da sociedade não tem propósito definido, como o próprio presidente da Câmara Henrique Alves comentou ontem: “Não sei a motivação dessas pessoas, não sei que pleitos têm, não sei os objetivos. Assim não há como iniciar uma negociação”.

Pois no comentário de hoje vamos dar algumas dicas. Revendo as fotos e vídeos dos manifestos, pudemos identificar pelo menos cinco grandes reivindicações que permeavam todos os atos: tarifas de ônibus abusivas, gastos excessivos para os megaeventos esportivos, repúdio à PEC 37 contra o Ministério Público, fim das indicações políticas para os Tribunais de Contas e luta pelo voto livre.

Gostaríamos de salientar que a verdadeira cidadania pressupõe não apenas a manifestação pública de opiniões mas também a ação concreta nas instituições, sobretudo as políticas. Por isso, gostaríamos aqui de sugerir a todos os milhares de manifestantes que participem efetivamente da luta das organizações da sociedade civil. Muitas delas lidam com esses cinco temas há algum tempo e com certeza teriam uma ação muito mais eficiente se delas fizessem parte os cidadãos atuantes que temos visto na TV e nos jornais.

Os exemplos são muitos, mas vamos ficar aqui nesses cinco exemplos. Para o controle social das questões relativas às cidades, incluída aí a questão das tarifas de ônibus, vale conhecer o trabalho das redes Cidades Sustentáveis, da Nossa São Paulo ou do Rio Como Vamos. Para os gastos pouco transparentes da Copa, participem dos comitês Jogos Limpos. Contra a absurda PEC 37, que reduz em muito o poder de investigação do Ministério Público, participem dos diversos abaixo-assinados que estão disponíveis na internet, contra as indicações políticas nos tribunais de contas, entrem em contato com organizações como a ANTC, Ampcon, Sindilegis, Auditar e várias outras. E, finalmente, sobre o voto livre, participem da Plataforma pela Reforma Política e acessem o site votolivre.org.br.

A boa notícia é que estamos num caminho em direção a um Brasil mais consciente e mais transparente. A sociedade organizada tem as ferramentas. Resta agora essa massa de cidadãos que começam a ser conscientes passar a se utilizar delas. Aqui na Voz do Cidadão preparamos um post especial com esses temas com os respectivos links para quem quiser conhecer mais e participar.
Parabéns, Brasil! (A Voz do Cidadão)

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