O nível dos debates realizados entre
os presidenciáveis tem acirrado conflitos que não contribuem para a consolidação
da cidadania. A estratégia de pancadaria que vem sendo adotada nos debates
entre os candidatos reflete a alta tensão que se verifica nas Redes Sociais,
podendo contaminar de maneira perigosa os eleitores nessa reta final das
eleições.
É salutar que cada cidadão se envolva
com a política. Esse envolvimento, todavia, não deve se restringir ao período
de campanha eleitoral, mas por todo mandato, com apresentação de propostas,
participação em audiências públicas, exercício do controle social sobre os gastos
públicos e a atuação dos parlamentares.
Igualmente salutar que esse debate se
dê de forma respeitosa e civilizada, sem agressões incompatíveis com os valores
supremos de uma sociedade pluralista e sem preconceitos, que em 1988 inaugurou
o Estado Democrático fundado na cidadania e no pluralismo político, marcas das
democracias modernas.
Importante compreender - para
respeitar - que pluralismo político não se confunde com a ideia de vários
partidos políticos. A isso se atribui a denominação pluripartidarismo ou
multipartidarismo, uma das consequências do pluralismo político.
Pluralismo político, na essência da
expressão, é a possível e garantida existência de várias opiniões e ideias com
o respeito por cada uma delas. Base do Estado Democrático de Direito, o
pluralismo político aponta o reconhecimento de que a sociedade é formada por
vários grupos, composta, portanto, pela multiplicidade de vários centros de
poder em diferentes setores. É também por meio dessa ideia que se busca
assegurar a liberdade de expressão, de manifestação e de opinião, garantindo-se
a participação do povo na formação da democracia do País.
O período é, sem dúvida, oportuno
para ouvir e discutir - respeitados esses pressupostos democráticos - propostas
para economia, segurança pública, sistema eleitoral, saúde, educação,
transporte, reforma tributária, política externa, assim como sobre gestão
pública, transparência, visibilidade, instituições de controle, participação
social, combate à corrupção, dentre outros temas importantes para o desenvolvimento
do País.
A relevância dos temas é
inquestionável para o desenvolvimento social com responsabilidade fiscal.
Os debates realizados até agora, todavia, passaram ao largo de soluções para os
desafios atuais.
O modelo de debate requer reavaliação
urgente. A classe de Auditores de Controle Externo do Brasil não espera
assistir à troca de perguntas florais durante os debates entre os
presidenciáveis de 2014. Mas a situação em que se encontra o País requer menos
marketing e mais sobriedade. É o que esperam e merecem os eleitores
brasileiros nesta última semana de campanha eleitoral.
Fonte: Comunicação ANTC
Nenhum comentário:
Postar um comentário