Foram
intensos e exemplares os acontecimentos políticos, sociais e eleitorais durante
os últimos meses, desde as convenções partidárias. Relembrando que quem era o
Prefeito no início da campanha, o Robson, antes e depois da convenção, dizia a
todos que: "se eu ganhei a primeira
eleição sem dinheiro, imagina se vou perder agora com tanto!".
Com o surgimento de uma gravação postada no YOUTUBE, “vexame da política na Prefeitura de
Cachoeira Dourada”, fica evidente que para ter tanto dinheiro à disposição
dele e de seus correligionários na disputa eleitoral, necessário seria
simplesmente: “ter a máquina pública nas mãos”. A tal ponto que uma cidade
rica em arrecadação, ficar parecendo paupérrima, com a Saúde sucateada e
abandonada, salários atrasados a todos os servidores, comércio sem receber o
que vendia à Prefeitura, entre outras graves deficiências. O eleitorado se
preparava para assistir uma campanha onde o dinheiro poderia cair do céu a
qualquer momento.
Mas o esquema e seus mentores deixaram de considerar alguns
aspectos fundamentais:
- a
reação social ao assalto contra os cofres públicos, que colocava em atraso o
pagamento dos salários dos servidores, implicando em graves dificuldades de
subsistência das pessoas;
- a
articulação política da oposição, aliando e apoiando o movimento dos
servidores;
Pelo primeiro aspecto o próprio Robson percebeu que, apesar de
tanto dinheiro sujo para gastar na campanha, sua imagem e fama, ligada aos
desvios de recurso público, aniquilava qualquer chance de vitória.
No plano,
além da eleição do Prefeito, o esquema queria eleger o maior número de
vereadores, pois, com tantas contas irregulares no TCM, ano que vem pretendiam
aprovar todas elas, derrubando parecer do Tribunal.
Mas, eis que surge o movimento dos Professores, suas assembléias,
caminhadas, apoio do Sintego, simpatia da população pela causa, e vai
crescendo, crescendo, se entendendo, recebendo apoio jurídico, do Ministério
Público e suas orientações, modestamente da ONG também. Cobravam seus salários
atrasados, tiveram encontros com o Prefeito e primeira dama, onde receberam a
promessa de regularização, mas, a voracidade do esquema não deixava sobrar
recursos para o cumprimento da promessa.
Então, no início de agosto, a dois meses da eleição, o Sintego
entra com uma denuncia na Câmara Municipal, acusando o Prefeito de desviar
verbas do Fundeb. Era a senha querida pelo segundo aspecto que o Robson
ignorou, ou seja, a articulação da oposição política e eleitoral.
Com a denúncia do Sintego, a oposição se articulou e instalou uma
CPI, afastando o Prefeito por 90 dias, após intensas mobilizações de servidores
na Câmara Municipal, nos povoados, renuncias de conselheiros do Fundeb e da
Educação, etc.
Não foi fácil manter a oposição unida na Câmara em favor do
afastamento do Robson. Alguns vereadores dormiam como oposição e acordavam como
situação.
Outro candidato a reeleição, do sangue dos pacientes enfermos da
cidade, da Saúde que ajudou a sucatear, retirou a cor do helicóptero que voou
sobre o eleitorado fazendo propaganda, onde lia-se: "Esse é meu
amigo!". Amigo aliado do Prefeito cassado, membro da CPI, onde nada fez
além de criar obstáculos e dificuldades à apuração das denuncias, ausente.
O
castigo tarda, mas virá!
No lugar do Prefeito afastado assumiu seu vice, o Rodrigo.
Encerrou alguns contratos, renegociou outros a menor custo, contratou uma
auditoria e foi colocando em dia os pagamentos dos servidores.
Para a ONG o Rodrigo prometeu entregar toda documentação levantada
pela auditoria, que indicasse graves desvios dos recursos públicos durante a
gestão Robson. Comentou-se que faria uma audiência pública mostrando o rombo e
os desvios. Não cumpriu isso, não entregou nada relevante à ONG, não fez a
audiência pública, onde informaria a população que governo tiveram nos últimos
três anos e meio.
De ouvir falar e saindo da própria auditoria contratada, a
situação era absurda em desvios de todo tipo, mas, a ONG recrimina essa conduta
de usar uma auditoria paga com recursos do município, para ventilar boataria
pela cidade e não proceder devidamente a representação no MP, apresentando a
documentação e, não repassando os documentos à ONG, como prometido, o que acarretaria
representação da ONG ao MP, também.
A campanha eleitoral seguiu ao mesmo tempo que a CPI executava seu
trabalho, pressionada pelo esquema. A Presidente da CPI sofreu todo tipo de
pressão, calúnia, difamação e chantagem.
O esquema que governava o município até então, que celebrou todo
tipo de contrato fajuto, com empreiteira de limpeza urbana, pavimentação,
com contadores que não prestou serviço, e outros, também havia celebrado um
contrato muito duvidoso com uma clínica da cidade, de valores elevados. Essa
clínica pertence ao esposo da vereadora Presidente da CPI, ele é médico
concursado no município, assim como ela.
Esse contrato, celebrado pelo Secretário de Saúde do Município, o
Prefeito e o proprietário da Clínica Sara, virou instrumento de chantagem
contra a vereadora, como se sua existência tivesse dependido somente dela, com
a única finalidade de impedir o avanço dos trabalhos da CPI.
O esquema arregimentou diversos boateiros para espalhar pela
cidade que a vereadora estava incriminada também e não merecia confiança,
representaram ao MP o que conheciam desde a celebração do contrato.
Pior que isso: os maiores responsáveis pela celebração do contrato
duvidoso, Prefeito e ex-secretários de Saúde, agora eram os maiores
interessados na denúncia da vereadora, na boataria espalhada pela cidade e no
estímulo dos boateiros.
Cópias de contratos que a ONG não conseguiu de modo algum,
requerendo ao Prefeito e Presidente da Câmara, agora eram como panfletos na
mãos de boateiros, que os conseguiram na maior facilidade para fazer calúnias e
difamações.
Na Justiça, o Prefeito cassado tentava de todas as maneiras
recuperar a chave do cofre municipal e para isso contava com as maracutaias dos
seus dois fiéis comparsas vereadores, que enviava pareceres à Justiça dizendo
sobre uma suposta irregularidade no afastamento do Prefeito, como também,
produzindo documentos falsos.
O melhor e mais caro escritório de advocacia de Goiás foi
contratado para defender suas tentativas, e, seguidas umas e outras derrotas,
afastamento de desembargador por razões pessoais estranhas.
Custa muito caro
esse negócio de recurso judicial preparado por escritório famoso.
Errou feio o Tribunal de Justiça de Goiás ao conceder liminar ao
Prefeito cassado, passada a eleição, recolocando-o no cargo de Prefeito.
Acertou em cheio o Juiz que acatou o pedido de prisão preventiva
do MP contra o vereador que descumpriu ordens judiciais, depredou patrimônio
público e esteve envolvido em todas as tramas do Prefeito cassado (comprovado agora pela gravação no YOUTUBE).
Cachoeira Dourada quer viver outra história e que essas lições
ajudem a todos os futuros administradores a fazer melhor sua parte.
Duas lições principais:
- Se o povo em geral, servidores, comerciantes, estudantes,
trabalhadores, unidos com suas entidades representativas, ONG's, Associações,
Sindicatos, se quiserem, exercem uma pressão suficiente para uma Câmara
Municipal atuar, mesmo que contrariada;
- Se uma Câmara Municipal quiser, apoiada ou pressionada pelo
povo, estabelece procedimentos de investigação, afastam e cassam o mandato ou
nomeação de cargo de confiança.
Essas lições não devem ser esquecidas e tomara que Cachoeira nunca
mais necessite recorrer a elas para evitar maiores prejuízos! Mas, não é bom
esquecer!
(Matéria com a
colaboração de Adenir Mateus)
Parabéns pelo trabalho que está sendo realizado em Cachoeira Dourada, ainda temos esperança de que um dia esta cidade será como ela merece , uma cidade linda e digna de se morar.obrigada.
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